O Bicho-da-Seda, de Robert Galbraith

Robert Galbraith é, como sabemos, a nossa querida J.K. Rowling. (Se você não sabia, sabe agora: Galbraith é o pseudônimo da autora criadora do universo mágico mais famoso da literatura contemporânea > Harry Potter).

J.K., ou Robert Galbraith (tratemos assim), publicou, em 2013, O Chamado do Cuco, livro de suspense no melhor estilo “histórias de detetive”. Já resenhado pelo Ser de Livros (clique >aqui< para ler ou reler), O Chamado do Cuco lançou um caso fictício oportuno de investigações e, com ele, a figura do detetive Cormoran Strike. Mas nada ficou por ali. Depois de resolver o caso Lula Landry, o novo detetive do mundo literário volta com O Bicho-da-Seda.


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Lançado no Reino Unido em 2014, O Bicho-da-Seda é o segundo livro da série Cormoran Strike, escrito por Robert Galbraith.

Nesta segunda história do detetive britânico, Robin Ellacott continua como sua assistente, agora com mais empenho nas investigações.

Cormoran Strike, em O Bicho-da-Seda, retorna com o desaparecimento de Owen Quine, um escritor rebelde. Quem procura Strike é Leonora Quine, mulher do escritor. Onde tudo começa como um simples desaparecimento, o caso cresce intensamente quando Quine é encontrado morto, assassinado bizarramente.

Descobrir esse assassino, digamos, “peculiar”, é a nova aventura de Cormoran Strike.

“Os intestinos desapareceram, como que devorados. Tecido e carne foram queimados por todo o cadáver, aumentando a impressão abominável de que foi cozido e dele se regalaram.”

O leitor de O Bicho-da-Seda mergulha novamente na investigação de Cormoran Strike. Pistas vão surgindo, suspeitas vão aparecendo e sendo descartadas. Assim como o detetive, o leitor de O Bicho-da-Seda paralisa na dificuldade da solução. O “quem matou?” pode ser surpreendente. Mas até o veredicto, haja neurônios para queimar.

“Para sua própria diversão, ele fingiu uma hesitação repentina, como se fosse tomado pela dúvida quanto à direção correta. Apanhada de guarda baixa, a figura escura estacou, petrificada. Strike voltou a andar e depois de alguns segundos ouviu seus passos fazendo eco na calçada molhada atrás dele. Ela era tola demais até para perceber que tinha sido descoberta.”

Como o novo caso de Strike envolve um escritor, O Bicho-da-Seda traz muitas abordagens literárias, chamando a atenção também dos apaixonados pela literatura e pelo mercado editorial.

Em O Bicho-da-Seda, o leitor também conhece mais intensamente Strike e Robin. Assim como a amizade dos dois se intensifica, a imersão em suas vidas pessoais também aumenta.

Ler O Chamado do Cuco antes não é pré-requisito absolutamente necessário. No entanto, eu sugiro fortemente a leitura do anterior. Porque, por mais que o detetive trate de casos distintos, O Chamado do Cuco é uma grande introdução à série.

Galbraith mais uma vez mostra inteligência no gênero policial. Neste segundo livro, a narrativa é mais apurada, o enredo é mais explorado. Cormoran Strike retorna com tudo e o novo caso de Robert Galbraith vale tanto quanto o primeiro.

“Owen Quine pensava que as mulheres não tinham lugar na literatura: ele, Strike, também tinha um preconceito secreto – mas que alternativa tinha agora, com o joelho gritando por misericórdia e nenhum carro com direção automática para alugar?”

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, de J.K. Rowling +

Impensável não falar de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada. Indiscutível o fato de que: Harry Potter é Harry Potter. Você pode nunca ter lido, nunca ter assistido, mas nunca ter ouvido falar de Harry Potter é inimaginável.

Estamos chegando ao ano de 2017. O primeiro livro da série Harry Potter foi lançado em 1997. Ou seja, há 20 anos. O sétimo e último livro foi publicado em 2007. Ou seja, há 10 anos. A série britânica Harry Potter, de J.K. Rowling, atravessou gerações e marcou a história da literatura mundial. E isso é incontestável.

O sucesso literário foi ainda maior com as megaproduções cinematográficas. Os filmes da série Harry Potter também pararam o mundo “trouxa” quando foram lançados entre 2001 e 2011.

O fato é que Harry Potter é Harry Potter e quando tudo acabou a comoção foi geral. Mas quando foi anunciado que a “oitava história” seria lançada, os fãs do bruxo mais famoso deliraram. Depois de tudo o que Harry Potter fez, ele voltou.

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada é diferente. A história voltou não como todos conheciam. O formato é outro, a proposta é outra. Mas a magia que existe no universo Harry Potter parece imortal.


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Harry Potter e a Criança Amaldiçoada é uma peça de teatro – e não um romance como os sete livros anteriores da série. É uma peça de duas partes escrita por Jack Thorne e baseada na história da autora J.K. Rowling, responsável pelo sucesso de toda a série literária, de Thorne e do diretor John Tiffany. Portanto, assim como consta na obra, os créditos de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada são de J.K. Rowling (história original), Jack Thorne (história original e roteiro) e John Tiffany (história original e direção).

A peça teve sua estreia no dia 30 de julho de 2016 no Palace Theatre, em Londres, na Inglaterra. O livro, portanto, é o roteiro da peça, e também é dividido em duas partes e dois atos cada.

Recém-lançado no Brasil, o livro é uma Edição Especial do Roteiro de Ensaio. Isto é, é a versão do roteiro da peça no período de produção do espetáculo. Quer dizer, o roteiro pode ter sofrido pequenas mudanças durante a exibição da peça. Mas a preocupação com isso é inexistente. A Edição Definitiva será lançada em 2017.

Antes de falar sobre a história, quero esclarecer uma coisa. Harry Potter e a Criança Amaldiçoada é anunciado como a “oitava história” da série. Cronologicamente, com as publicações das obras, é verdade. Afinal, antes dele, são sete livros publicados. No entanto, Harry Potter e a Criança Amaldiçoada NÃO É uma continuação! Ok? Então vamos lá!

(ALOU ALOU CONTÉM SPOILER – Caso não queira ler spoilers, passe direto para o penúltimo parágrafo)

A história da peça acontece dezenove anos depois do fim de Harry Potter e as Relíquias da Morte, o último livro da série. Ou seja, Harry Potter, agora, é um adulto, com família formada e tudo.

Casado com Gina Weasley, Harry Potter tem três filhos: Tiago Sirius, o mais velho, Alvo Severo, o filho do meio, e Lílian Luna, a caçula. Quem conhece toda a história da série britânica sabe muito bem a importância de cada um desses nomes. Afinal, Tiago e Lilían eram os pais de Harry. Alvo é Dumbledore. Severo é Snape. E Sirius Black e Luna Lovegood também são personagens significativos da história.

Mas o enredo de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada concentra-se no filho do meio de Harry, Alvo Severo Potter, um garoto que luta para lidar com o pesado legado da família.

Harry, agora, é um sobrecarregado funcionário do Ministério da Magia, comandado por quem? Hermione Granger! Sim, Hermione não poderia ficar de fora da história. Rony Weasley, é claro, também não. Os dois, agora, são os pais de Hugo e Rosa Granger-Weasley.

Enquanto Harry vive com o passado que todos conheceram, chega a hora do filho, Alvo Severo, ir para Hogwarts. E como Harry nos ensinou, a amizade é essencial. Alvo, então, vira muito amigo de outro personagem super importante para a história. Estou falando de Escórpio Malfoy. Sim, o filho de Draco Malfoy. As duas crianças, de pais “inimigos”, tornam-se amigos.

Eu poderia falar que a história se repete, porque Alvo Potter se sente como o patinho feio da família. Mas o filho de Harry, em Hogwarts, não vai para a Grifinória e sim, tam tam tam tammmm, para a Sonserina.

O enredo se desenrola e os dois novos amigos são os travessos da história. Com o objetivo de corrigir supostos erros do passado, Alvo e Escórpio decidem viajar no tempo. Mas nem tudo dá certo. Enquanto isso, os adultos precisam, no presente, pensar em como podem resolver o que os garotos causaram e estão causando.

Muitos personagens conhecidos do universo Harry Potter são incluídos nessa “oitava história”. Hagrid, a professora McGonagall, Amos Diggory e muitos outros. A ideia de voltar ao tempo permitiu também a presença de antigos personagens, como Dumbledore, Snape e Cedrico.

Voldemort, é claro, está por trás da vilania do enredo, mas de um jeito um pouco diferente. Mas chega de spoilers! Não darei o final da história. Leiam!

(FIM DOS SPOILERS)

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada pode não ser o tamanho sucesso que foi toda a série literária, mas é um enorme presente para os fãs. Por ser a adaptação do roteiro de uma peça, a leitura é rápida, fluída, pois é feita em diálogos. Mas tenho que dizer: a oportunidade de ler Harry Potter de um jeito diferente, de voltar ao universo que tanto marcou a literatura e a vida de muitos jovens, de ter de volta um pouquinho da extraordinária magia que J.K. Rowling lançou ao mundo, a oportunidade é linda.

Como eu disse anteriormente, não é uma continuação, mas, sim, é uma “oitava história” da série Harry Potter. É tudo de um jeito meio diferente, mas, ao mesmo tempo, é tudo muito igual – e de um jeito bom. Harry Potter é Harry Potter e essa magia, que tanto conquistou os trouxas, que tanto fez sucesso, essa magia inesquecível, nunca acaba. Harry Potter e a Criança Amaldiçoada é a prova disso.

Precisamos falar: Animais Fantásticos

Precisamos falar Animais Fantásticos e Onde HabitamPrecisamos falar de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Escrito por J.K. Rowling, sob o pseudônimo de Newt Scamander, o livro foi lançado como se fosse uma versão real de um dos livros didáticos que os personagens da série Harry Potter leem na escola de Hogwarts. O pequeno livro, que seria uma réplica do exemplar do próprio Harry, tem, inclusive, comentários feitos pelo garoto e seus amigos.

Para entender o enredo, vamos entrar um pouco no universo da magia de Harry PotterAnimais Fantásticos e Onde Habitam é um estudo, em Hogwarts, da magizoologia, que analisa as criaturas que possuem poderes, digamos, mágicos. Ou seja, criaturas com poderes que uma criatura normal não possui. E aí podemos incluir os dragões, a fênix, o leprechaun, as sereias…

Totalmente focado na fantasia de Harry Potter, o livro Animais Fantásticos e Onde Habitam reúne uma lista de animais e suas descrições, alguns deles inspirados em mitologias e outros um tanto originais. O livro também inclui um guia de como ocultar criaturas mágicas dos seres humanos comuns (os “trouxas”), uma análise comparativa de seres e animais e uma lista de classificação dos animais conforme sua índole, que vai de “tedioso” a “extremamente perigoso”.

Agora, vamos lá. Por que tanto se fala de Animais Fantásticos e Onde Habitam? O negócio é o seguinte… Depois do fim da série Harry Potter nos cinemas mundiais, uma notícia de que um livro interligado ao universo de J.K. Rowling volta para as telonas é de deixar qualquer fã de Harry Potter na ansiedade mil. Desde que foi anunciado, a adaptação em filme de Animais Fantásticos e Onde Habitam percorre o mundo “trouxa” de forma surpreendente. Saber que a própria autora da série está fazendo sua estreia como roteirista exatamente nesse longa, é de enlouquecer ainda mais. E as coisas não param por aí. Animais Fantásticos e Onde Habitam será um trilogia.

Mesmo acontecendo no mesmo universo mágico de Harry Potter, o filme não terá ligação direta nem será uma sequência da série do bruxinho. O longa acompanhará a vida de Newt Scamander na cidade de Nova York e acontecerá em 1926, 70 anos antes dos acontecimentos de Harry Potter.

Scamander será vivido pelo ganhador do Oscar Eddie Redmayne, que vem crescendo absurdamente nos últimos anos com interpretações como a de Stephen Hawking em A Teoria de Tudo e mais recentemente no filme A Garota Dinamarquesa.

O trailer de Animais Fantásticos e Onde Habitam está fazendo os corações dos fãs de Harry Potter acelerar. A ansiedade é grande para a volta do universo mágico de J.K. Rowling nos cinemas. Mas a espera também é grande, pois o filme tem lançamento previsto no Brasil para 17 de novembro somente.

Outra novidade é a que o roteiro do filme Animais Fantásticos e Onde Habitam será lançado também em forma de livro por J.K. Rowling. Basta esperar!


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O Chamado do Cuco, de Robert Galbraith

O Chamado do Cuco, de Robert Galbraith 2Se era para ser um pseudônimo permanente ou uma boa surpresa a ser revelada com o tempo, não deu certo. Mal deu tempo de Robert Galbraith lançar sua primeira obra que a grande informação foi vazada. Robert Galbraith era, na verdade, J.K. Rowling. Isso mesmo. J.K. Rowling, autora da série Harry Potter.

Se Rowling ficou feliz ou insatisfeita com o vazamento, pouco importa. O fato é que, para o livro, deu certo. A curiosidade era grande. O que a autora da indiscutível série Harry Potter, adotando um pseudônimo, estaria fazendo com uma história sondada por um detetive particular? Quem leu O Chamado do Cuco sabe responder.

O livro não é para ser lido pensando na magia de Hogwarts ou no nosso querido Harry. O Chamado do Cuco não tem nada a ver com o universo mágico que deu a Rowling tamanho sucesso. O livro é para ser lido com uma atenção muito grande, uma atenção voltada para uma nova grande história, uma atenção mais que merecida para o primeiro romance policial de O Chamado do Cuco, de Robert Galbraith.


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Vamos a história: a modelo Lula Landry morreu misteriosamente. Ela caiu da cobertura do prédio em que morava, em Londres. Como a modelo tinha fama e passado marcado por drogas e depressão, a morte é tomada como suicídio.

O caso está fechado, mas o irmão adotivo de Lula, John Bristow, não concorda com o desfecho e contrata o serviço de Cormoran Strike, um detetive particular, para investigar o caso mais a fundo.

Pois bem. É com Cormoran Strike que a história de Galbraith é conduzida. O detetive, que tem um jeito muito particular, grandalhão, desastrado, introspectivo e cheio de dívidas, tem um belo trabalho pela frente. Desvendar esse mistério é muito pior do que parece.

“Strike se lembrava das imagens na televisão: o saco mortuário preto numa maca, bruxuleando numa tempestade de flashes de câmeras ao ser levado para uma ambulância, os fotógrafos espremendo-se em volta quando a ambulância partia, levantando as câmeras para as janelas escurecidas enquanto luzes quicavam no vidro preto. Ele sabia mais da morte de Lula Landry do que pretendia ou queria saber; o mesmo poderia ser dito de quase todo ser senciente da Grã-Bretanha. Bombardeada com a história, a pessoa se interessa a contragosto e, antes que se dê conta, está tão bem informada, tão cheia de opiniões sobre o caso que teria sido desqualificada a se sentar num banco de jurados.”

Veterano na guerra do Afeganistão, o detetive perdeu uma perna em combate e carrega uma história de família um tanto quanto embaraçada e vergonhosa. Quando tudo vai de mal a pior, tudo parece ir à pior mesmo. Strike briga com a noiva e vai morar no escritório em que trabalha.

Em meio a essa vida conturbada de detetive, Robin, uma jovem garota, aceita o trabalho de ser a nova assistente temporária de Strike.

Com a ajuda de Robin, o detetive parte para a investigação do caso Lula Landry. Essa investigação dura o livro todo e o leitor, enquanto aguarda o desfecho, precisa acompanhar o trabalho de Strike com atenção às reflexões abordadas durante a obra.

“Porém, Strike sabia que os verdadeiramente iludidos desprezariam alegremente trivialidades como provas de DNA, citando contaminação ou conspiração. Eles viam o que queriam ver, cegos à verdade inconveniente e implacável.”

Detalhista, Galbraith nos presenteia com essa história que critica, primeiramente, o universo da fama. Um mundo de superficialidades, falsidades, trapaças, obscenidade e obsessão. A imprensa inglesa também é criticada.

“O que lamentamos é a imagem física que flutua por uma multiplicidade de tablóides e revistas de celebridades; uma imagem que nos vende roupas, bolsas e uma ideia de fama que, em sua morte, provou-se vazia e transitória como uma bolha de sabão.”

Apesar de todas as dificuldades encontradas na investigação, de todas as pedras no caminho, o detetive Cormoran Strike se torna um personagem arrebatador e Robert Galbraith segura o leitor em uma trama policial envolvente.

No fim, há de se admitir. Mesmo J.K. Rowling se reinventando, saindo das fantasias infanto-juvenis e entrando no universo do mistério, sua genialidade para a literatura é imensa.

“Como era fácil tirar proveito da tendência de uma pessoa à autodestruição; como era simples empurrá-las para a inexistência, depois recuar, dar de ombros e concordar que este fora o resultado inevitável de uma vida caótica e catastrófica.”