A Louca da Casa, de Rosa Montero

a-louca-da-casa-de-rosa-montero-2Mais do que um livro sobre a escrita, A Louca da Casa, de Rosa Montero, é um livro sobre a imaginação.

A imaginação, afinal, é a louca da casa.

Rosa Montero é uma escritora espanhola. Jornalista e colunista exclusiva do El País, já recebeu diversos prêmios. Com 14 livros publicados, traduzidos para mais de vinte línguas, a madrilhena apresenta ao leitor de A Louca da Casa mais do que uma escrita sobre a arte de escrever, mais do que uma obra literária sobre literatura.


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Publicado em 2003, A Louca da Casa é um livro recheado de histórias e curiosidades. Cada capítulo traz a tona um tema diferente, mas todos se envolvem na mesma rede que é o processo criativo da escrita. Além: a imaginação.

“Porque os romances, como os sonhos, nascem de um território profundo e movediço que está além das palavras. E nesse mundo saturnal e subterrâneo reina a fantasia.”

Rosa Montero fala sobre o gênero romance como fala sobre o mundo real do escritor. Ela discorre sobre a realidade e a ficção, o tempo e as lembranças, o sucesso e a fama, a imortalidade do romancista. Entre as páginas da obra, há assuntos como escrita e leitura, criatividade e inspiração, impulso e loucura, jornalismo e a mulher na literatura.

Às vezes, Rosa Montero diz que

“Escrever é flutuar no vazio.”

Mas não deixa de afirmar que

“A palavra é o que nos torna humanos.”

A escritora cultivadora da ficção, do ensaio e do jornalismo, planta sementes e as colhe na maneira mais leve da escrita. A leitura fluída de A Louca da Casa é quase um bate papo com o leitor. Rosa explica sem ser didática; ela conversa como se o leitor fosse seu mais novo amigo. E o é.

“Deixar de escrever pode ser a loucura, o caos, o sofrimento; mas deixar de ler é a morte instantânea.”

O livro não é uma ficção nem uma autobiografia. Ou talvez seja um pouco de cada.

A autora espanhola desenvolve na obra aquilo que lhe dá na telha. Ela resolve escrever sobre algo e escreve. Cita vários autores famosos, apresenta histórias e conta diversos causos próprios e alheios – por vezes até demais.

“Os seres humanos são criaturas tão paradoxais que a fraqueza mais tola e vulgar pode coexistir ao lado do talento mais sublime.”

O realce da obra, no entanto, são os assuntos. A Louca da Casa é um livro para quem quer conhecer sobre o processo criativo da escrita. Não é um romance com fantasia, início, meio e fim. É um desabafo de uma escritora experiente não sobre a arte de escrever, mas sobre a arte de ser escritor.

“Somos os operários da literatura e precisamos colocar tijolo por tijolo, manchar as mãos e exaurir nossas costas no esforço de construir uma humilde parede de palavras que, quem sabe, vai acabar desmoronando.”

A escrita de Rosa Montero é muito inteligente. A autora sabe escolher as palavras certas e criar as melhores frases para ilustrar aquilo que quer dizer.

“Às vezes, penso que publicar um romance é como arrancar um pedaço do próprio fígado e deixá-lo em cima de uma mesa, diante da qual as pessoas vão passando e comentando impiedosamente o que lhes parece.”

Assim como a própria autora define a escrita da ficção, ela desenvolve a obra refletindo sobre isso constantemente.

“Escrever ficção é expor à luz um fragmento muito profundo do inconsciente.”

Afirmando que se escreve contra a morte e, assim, que escrever salva a vida, Rosa Montero dá à sua obra tamanha importância. A Louca da Casa reside em todos os domicílios, vive em todas as cabeças envoltas de sonhos e alucinações. Viva a imaginação!

“A imaginação sem freios é como um raio no meio da noite: abrasa, mas ilumina o mundo.”

De Mim Já Nem Se Lembra, de Luiz Ruffato

de-mim-ja-nem-se-lembra-de-luiz-ruffato-2De Mim Já Nem Se Lembra é um livro feito pelo tempo. Por meio de cartas, é uma tentativa de reconstituir um passado. É uma memória de uma família.

Luiz Ruffato é um escritor brasileiro nascido em Cataguases, em Minas Gerais. Já publicou vários livros. Entre eles, o conhecido Eles Eram Muitos Cavalos. De Mim Já Nem Se Lembra talvez seja uma das obras mais pessoais do autor.


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O livro é dividido em três partes. Na primeira, o narrador apresenta, poeticamente, um pequeno percurso que o faz chegar até um maço de cartas. Cartas essas escritas por seu irmão, já falecido, e destinadas para a sua mãe.

“O que restava do domingo tangemos sem pressa – a morte nos tocaiava em algum recanto vindouro. A lenha tornou-se brasa, tornou-se carvão, tornou-se cinza. A noite borrou o contorno do mundo.”

No fim da primeira parte, o narrador – nesse ponto o leitor já identifica a grande possibilidade de ser ele o próprio autor do livro – faz a devida dedicação da obra.

“Aqui reúno esse passado – modo de reparar meus mortos, que já pesam no lado esquerdo: meu irmão, minha mãe, meu pai, aqueles aos quais me reunirei um dia. A eles, este livro.”

A partir daí, na segunda parte do livro, que ocupa quase toda a obra literária, transcorrem-se as correspondências, responsáveis pela fluidez da leitura – é um livro rápido de ler, apesar da primeira parte alongada e cansativa.

Por elas, conhecemos a história de um jovem nascido e criado no interior de Minas Gerais que vai tentar a vida na cidade de São Paulo. Essa tentativa de mudança de vida, com claro objetivo de ajudar financeiramente a família, que ficou em sua cidade natal, é relatada por meio de cartas escritas entre 1971 e 1978.

São 50 cartas que resumem as experiências do jovem e os acontecimentos de sua vida. Nelas, é possível identificar as dificuldades de estar longe de casa e também as mudanças que a sociedade brasileira sofria naquela década de 1970, políticas, econômicas e sócio-culturais.

A terceira parte finaliza a obra com uma carta do narrador/autor para o irmão falecido, vítima de um acidente de carro aos 26 anos.

De Mim Já Nem Se Lembra é, sobretudo, uma forma de exprimir uma saudade que sempre vem, uma hora ou outra. A saudade do bem mais precioso que há: a família.

“Aquele agosto cristalizou-se numa fotografia, a única em que aparecemos juntos, um retrato meio desfocado tirado não sei por quem na praça Rui Barbosa, e que hoje adorna a estante da minha sala.”

Antes do Baile Verde, de Lygia Fagundes Telles

antes-do-baile-verde-de-lygia-fagundes-telles-2Quando li Ciranda de Pedra (clique aqui para ler a resenha da obra), o primeiro romance de Lygia Fagundes Telles, entendi que era ali que a autora brasileira manifestava o primor literário que bem lhe cabia. É lá que existe a plenitude de Lygia em forma de romance.

No entanto, é no livro Antes do Baile Verde que a escritora nos escancara a excelência que também sabe conduzir quando se fala em conto.

Antes do Baile Verde foi publicado originalmente em 1970 e contém 18 contos, escritos entre 1949 e 1969.


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As histórias narradas entre as páginas do livro são as mais diversas, mas todas sabem impressionar o leitor com cada situação criada.

“Quero deixar bem claro que a única coisa que existe para mim é a juventude, tudo o mais é besteira, lantejoulas, vidrilho. Posso fazer duas mil plásticas e não resolve, no fundo é a mesma bosta, só existe a juventude. Ele era a minha juventude mas naquele tempo eu não sabia, na hora a gente nunca sabe nem pode mesmo saber, fica tudo natural como o dia que sucede à noite, como o sol, a lua, eu era jovem e não pensava nisso como não pensava em respirar. Alguém por acaso fica atento ao ato de respirar? Fica, sim, mas quando a respiração se esculhamba. Então dá aquela tristeza, puxa, eu respirava tão bem…” (Apenas um Saxofone)

O que dizer quando um homem leva a ex-namorada para dentro de um jazigo em um cemitério abandonado? O que falar quando alguém entra em um quarto de um bordel afirmando ter sido ali que seu filho morreu?

Como ler uma história onde uma pessoa fica tão fascinada por um quadro que mergulha e vive a cena retratada? Como se comportar em uma noite de Carnaval quando duas moças finalizam uma fantasia enquanto um homem agoniza no quarto ao lado?

O que fazer quando um menino vai ao cinema com a mãe e observa uma cena de adultério? O que sentir quando uma mulher tenta descobrir se o bebê no colo de uma mãe, sentada ao seu lado, está vivo ou morto?

“E tem coisa à beça para ver tanto por dentro como por fora, ainda mais por fora, uma porrada de coisas que comprei no mundo inteiro, coisas que nem sabia que tinha e que só vejo agora, justo agora que está escuro. É que fomos escurecendo juntas, a sala e eu. Uma sala de uma burrice atroz, afetada, pretensiosa. E sobretudo rica, exorbitando de riqueza, abri um saco de ouro para o decorador se esbaldar nele. E se esbaldou mesmo, o viado.” (Apenas um Saxofone)

Antes do Baile Verde é uma festa para o imaginário do leitor. Um baile discreto, mas, ao mesmo tempo, cheio de cores, sons e imagens. Um baile poético na melhor narrativa de Lygia Fagundes Telles.

Os contos da obra são extremamente requintados. Os climas montados em cada história são intimistas e trazem à tona experiências humanas. O livro reúne contos contemporâneos muito realistas.

A beleza da narrativa de Lygia é percebida pelo infinito fio que constrói as histórias com base nos mais diversos detalhes. A autora é muito detalhista ao contar as situações de cada conto. As palavras são muito bem escolhidas, as sequências são muito bem constituídas. Antes do Baile Verde é uma escultura muito bem esculpida.

“A borboleta pousou primeiramente na haste de uma folha de roseira que vergou de leve. Em seguida, voou até a rosa e fincou as patas dianteiras na borda das pétalas. Juntou as asas que se colaram palpitantes. Desenrolou a tromba. E inclinando corpo para a frente, num movimento de seta, afundou a tromba no âmago da flor.” (Um Chá Bem Forte e Três Xícaras)

Dos 18 contos, é claro que alguns me chamaram mais atenção. Entre eles, posso destacar “Verde Lagarto Amarelo”, “A Chave”, “A Janela”, “O Jardim Selvagem”, “Natal na Barca”, “A Ceia”, “As Pérolas” e “O Menino”.

“Ela ainda insistiu. Teria mesmo insistido? Os saltos do sapato ecoaram no silêncio como pancadas algodoadas, fugindo rápidas. Estendeu a mão até a cama e puxou a coberta. Tudo escuro, tudo quieto. O perfume foi-se suavizando e ficou o perfume de um jardim de estátuas, estátuas alvíssimas que dormiam sem pupilas, nenhuma cor conseguiria fazer com que abrissem as pálpebras.” (A Chave)

Além dos enredos, os personagens de Lygia são construídos com a bem sucedida proposta de aproximação ao leitor. As histórias vivem viradas e revelações e os finais de grande parte dos contos concretizam a aptidão da escritora para finais em aberto, deixando a curiosidade já instalada no leitor desde o começo da narrativa.

Se às vezes nada se explica, é também difícil de explicar a imaginação apurada de Lygia Fagundes Telles.

“Era verdade, ela preferia ficar, ela ainda o amava. Um amor meio esgarçado, sem alegria. Mas ainda amor. Roberto não passava de uma nebulosa imprecisa e que só seus olhos assinalaram a distância. No entanto, dentro de algumas horas, na aparente candura de uma varanda… Os acontecimentos se precipitando com uma rapidez de loucura, força de pedra que dormiu milênios e de repente estoura na avalancha. E estava em suas mãos impedir. Crispou-as dentro do bolso do roupão.” (As Pérolas)

Aos 93 anos, membro da Academia Brasileira de Letras desde 1985, ganhadora de diversos prêmios, indicada ao Nobel de Literatura 2016, Lygia Fagundes Telles é uma das maiores autoras da literatura brasileira.

Se Antes do Baile Verde é o início da consagração de Lygia, não só como contista, mas como grande escritora que é, depois disso é só primazia. Lygia escreve como ela mesma narra em um de seus contos:

“Era enjoativo de tão doce mas se eu rompesse a polpa cerrada e densa sentiria seu gosto verdadeiro. Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto.” (Verde Lagarto Amarelo)

Precisamos falar: a literatura de Bob Dylan

precisamos-falar-a-literatura-de-bob-dylanFoi anunciado nesta quinta-feira, 13 de outubro, o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura 2016: Bob Dylan. Isso mesmo, o cantor americano. Por isso: precisamos falar da literatura de Bob Dylan.

Robert Allen Zimmerman, o Bob Dylan, nasceu em Minnesota (EUA), no dia 24 de maio de 1941. Aprendeu, quando adolescente, a tocar piano e guitarra sozinho. Começou a cantar em bandas de rock e, em 1959, quando estava na universidade, entregou-se ao folk music. A partir daí, seguiu carreira musical e tornou-se um dos grandes artistas da música mundial.

Ganhador do Oscar, do Grammy e do Globo de Ouro, o cantor e compositor norte-americano, que também é ator e pintor, aos 75 anos, acaba de levar o Prêmio Nobel de Literatura 2016, “por criar uma nova expressão poética na tradicional canção americana”.

Falemos então do Bob Dylan escritor.

Uma das obras do artista é a autobiografia Crônicas – Volume 1, lançada em 2005 e publicada no Brasil. Porém, esgotada. O livro é um resgate de momentos da vida do cantor e também de sua trajetória profissional a partir de 1961, ano em que chegou em Nova York.

Inclusive, sobre Bob Dylan, há muitas publicações, como Like a Rolling Stone: Bob Dylan na encruzilhada, de Griel Marcus, e No Direction Home: A Vida e a Música de Bob Dylan, de Robert Shelton.

Autoral do músico, o único livro de ficção publicado por ele é Tarantula, de 1971, lançado no Brasil em 1986.

No entanto, é claro que não deve-se levar em conta somente as publicações impressas em livro do cantor americano. O Prêmio, que pegou muitos de surpresa, vale também, e principalmente, para a poesia de Bob Dylan em forma de canção. A expressão poética do artista, na música ou onde quer se seja, é também parte de sua “literatura”.

Um volume com todas as letras escritas por Bob Dylan entre 1961 e 2012 será lançado, nos Estados Unidos, no dia oito de novembro.


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“Quantas estradas um homem precisa andar antes que possam chamá-lo de homem? Quantos mares uma pomba branca precisa sobrevoar antes que ela possa descansar na areia? Sim, e quantas balas de canhão precisam voar até serem para sempre banidas? A resposta, meu amigo, está soprando ao vento.”

Casa das Estrelas, de Javier Naranjo

casa-das-estrelas-de-javier-naranjo-2Era uma vez, na Colômbia, um professor que dava aulas de espanhol para crianças que tinham entre três e doze anos. Durante suas aulas, o professor coletava as definições que seus alunos davam para palavras, objetos, pessoas e sentimentos. Ele fez isso durante mais de dez anos. Depois, ele resolveu reunir algumas dessas centenas de definições. Surgiu assim o livro Casa das Estrelas – o universo contado pelas crianças.

Javier Naranjo é o professor e escritor colombiano que, pesquisador da linguagem infantil, criou o livro Casa das Estrelas, com as definições coletadas em suas aulas.


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Como se fosse um dicionário, a seleção é muito bem explicada no próprio subtítulo da obra. Porque, afinal, o livro contém, nada mais nada menos, do que o universo contado pelas crianças. E isso é fascinante!

Como Mario Prata diz nas orelhas do livro, o leitor de Casa das Estrelas “irá da gargalhada alta ao choro baixinho com sentimentos de tristeza ou alegria. De espanto!”. E nos pergunta: como crianças que vivem na zona rural da Colômbia, em uma região de montanhas e cachoeiras, vacas e plantações, podem nos explicar o mundo em que vivemos e, principalmente, o que sentimos?

Casa das Estrelas é um presente com significado imenso: a alma das crianças. E isso pode ser tão bonito quanto triste e assustador. Ler o que as crianças dizem sobre o mundo é parar para pensar e perceber a realidade de cada uma. O melhor – ou o pior – é saber que tudo, tudo é verdadeiro.

“Adulto: Pessoa que em toda coisa que fala, vem primeiro ela. (Andrés Felipe Bedoya, 8 anos)

Amor: É quando batem em você e dói muito. (Viviana Castaño, 6 anos)

Amor: É quando uma pessoa se ama e até pode casar e ter filhos e todas essas besteiras. (Ana Cristina Henao, 8 anos)

Assassinato: Tirar o melhor de uma pessoa. (Juan E. Restrepo, 9 anos)

Camponês: Os que se vestem mal. (Diego Alejandro Giraldo, 8 anos)

Chuva: É Jesus fazendo xixi. (Alejandro Mazo, 9 anos)

Criança: Humano feliz. (Jhonan Sebastián Agudelo, 8 anos)

Criança: Danificada da violência. (Jorge A. Villegas, 11 anos)

Deus: É uma pessoa que dirige a gente com controle remoto como se a gente fosse seu escravo. (Juan Esteban Ramírez, 9 anos)

Dinheiro: É o pior vício. (Carolina Uribe, 11 anos)

Escuridão: Se sentir sozinho. (Andrés Felipe Sánchez, 9 anos)

Espelho: É onde olho minha beleza. (Mary Sol Osorio, 9 anos)

Eternidade: É esperar uma pessoa. (Weimar Grisales, 9 anos)

Guerra: É quando matam os outros. (María Alejandra Soto, 10 anos)

Igreja: Onde as pessoas vão perdoar Deus. (Natalia Bueno, 7 anos)

Inveja: A inveja é quando uma criança come. (Natalia Escobar, 8 anos)

Mãe: Nasce, cresce, tem um filho e morre. (Fabián Loaiza, 12 anos)

Medo: É quando minha mamãe dirige um carro e uns senhores que trabalham no encanamento não têm o que comer e quebram o vidro do carro e matam ela e matam meu papai e vivo sozinho. (Orlando Vásquez, 6 anos)

Mentira: Quando alguém se enche de porrada. (Paula Arango, 9 anos)

Morte: É algo que Deus fez por nós. (Edison Hidalgo, 12 anos)

Morte: É dormir toda a vida. (Daniel Herrera, 7 anos)

Morte: É quando não aguentamos. (Daniel Castro, 7 anos)

Mulher: Ser vivo capaz de prejudicar os demais. (Silvia Elena Suárez, 11 anos)

Mulher: Humano que não se pode consertar. (Oscar Alarcón, 11 anos)

Ódio: É algo que por exemplo meu amigo tem pirulito e eu não. (Alexander Chalarca, 8 anos)

Ódio: É sincero. (Yamile Gaviria, 7 anos)

Pessoa: É uma coisa sentimental. (Lina Marcela Sánchez, 7 anos)

Poesia: Expressão de reprimidos. (Eulalia Vélez, 12 anos)

Polícia: É o que quer que a paz termine. (Sandra Milena Gutiérrez, 11 anos)

Político: É uma pessoa que acaba com a gente ou ajuda, depende de sua situação econômica. (Pastor Ernesto Castaño, 11 anos)

Sexo: Usar. (Laura Isnelia Cardona, 9 anos)

Sexo: Trabalho das putas. (Mateo Ceballos, 10 anos)

Solidão: Tristeza que dá na gente às vezes. (Iván Darío López, 10 anos)

Tranquilidade: Por exemplo o papai dizer que vai bater em você e depois dizer que não vai mais. (Blanca Yuli Henao, 10 anos)

Vida: É a melhor ajuda. (Mauricio Diosa, 8 anos)

Violência: Alguém pega uma menina e faz amor. (Javier Ignacio Ramírez, 6 anos)

Universo: Casa das estrelas. (Carlos Gómez, 12 anos)”