Noite em Claro, de Martha Medeiros

“Na solidão do seu apartamento, uma mulher escreve sobre a sua história numa noite de insônia. Uma história plena de relacionamentos marcados por frustrações, dor e prazer. Encorajada pelo champanhe, sem nenhuma censura, ela vai contando sua vida enquanto chove lá fora. O livro só terminará com o último pingo de chuva.”

É essa a sinopse do curtíssimo livro de Martha Medeiros. E é exatamente essa a história contada no curtíssimo livro de Martha Medeiros. Sem mais e sem frufrus.


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Colunista, poeta, cronista e romancista, a escritora Martha Medeiros é uma das mais frequentes autoras nas estantes das livrarias brasileiras. Dona de Cartas Extraviadas, Doidas e Santas, Trem-Bala, Feliz Por Nada, entre muitos outros best-sellers, também escreveu Divã, sucesso literário que virou peça de teatro e filme, estrelado por Lília Cabral.

Em Noite em Claro, Martha Medeiros produz uma de suas histórias ficcionais em apenas 64 páginas.

“Quero correr como a chuva pelas paredes abaixo.”

A sucinta história de Noite em Claro traz uma mulher que, em uma noite de insônia, resolve refletir sobre sua vida e escrever sobre ela. Lá fora, chove. E ela decide que só acabará sua história quando a chuva acabar.

Relacionamentos passados, frustrações doídas, desejos explícitos e um futuro incerto. Tudo narrado sem censura e escrito sem enrolações. Curto, direto e claro. Noite em Claro é muito claro em seu objetivo. Pois, na verdade, não há tantos objetivos programados. Martha Medeiros só quis contar uma história e assim o fez, sem tanto pestanejar. Simples.

“Estou sóbria, eu acho. Dormi um pouco. Não sei que horas são, está quase amanhecendo. Chove. Com bem menos intensidade, mas chove. Não parou um único instante. O livro precisa continuar sendo escrito. Foi o combinado.”

Personagem bem estruturada, ação montada, enredo definido e desenvolvimento em processo. Tudo finalizado com êxito.

Noite em Claro é uma passageira companhia. Uma leitura rápida, marcada por um texto poético e cheio de reflexões.

“A vida me deu o que eu quis, mas ainda não me ofertou outro final.”

As Intermitências da Morte, de José Saramago

“No dia seguinte ninguém morreu.” É esse o início da obra a qual José Saramago reflete, em forma de narrativa, sobre a vida, a morte e o propósito, ou o despropósito, de nossa existência.


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Publicado em 2005, As Intermitências da Morte só podia ter sido escrito por José Saramago. A representação da morte não seria a mesma sem o estilo único do escritor português. De tanto cabimento, a figura da morte, criada no livro, existe em lógica. O nexo sarcástico e irônico de Saramago cresce no fundamento dessas intermitências.

O curso de As Intermitências da Morte leva ao ápice pela criatividade e, principalmente, pelo processo narrativo. O trunfo da obra é a ação de Saramago, que resolve personificar a morte.

“De Deus e da morte não se tem contado senão histórias, e esta é mais uma delas.”

Tão odiada pela humanidade, a morte suspende as atividades. É este o evento incomum que leva a história de As Intermitências da MorteQuem disse que a morte também não tem seus caprichos?

“No dia seguinte ninguém morreu.” Cansada das ofensas, exausta de tanto trabalho, a morte resolve abandonar o ofício. De repente, de uma hora para outra, as pessoas simplesmente param de morrer. E isso vira um grande problema.

“É assim a vida, vai dando com uma mão até o dia em que tira tudo com a outra.”

O leitor não pode esquecer: As Intermitências da Morte é um livro de José Saramago. E Saramago não escreveria apenas uma historinha em que as pessoas param de morrer e só.

Sempre há propósitos maiores nas obras de Saramago.

Quando a morte se aposenta, idosos e doentes agonizam em seus leitos, os serviços funerários entram em crise, os hospitais enfrentam superlotações, as companhias de seguro sofrem o choque, o governo fica desorientado e a Igreja, descontrolada.

“As religiões, todas elas, por mais voltas que lhes dermos, não têm outra justificação para existir que não seja a morte, precisam dela como do pão para a boca.”

Aí está a essência por trás da obra. Pois é assim que o grande crítico Saramago projeta sua nova forma de criticar. A criação desse acontecimento, da morte que resolve parar de trabalhar, é isca para o julgamento de Saramago.

As Intermitências da Morte faz história para expor os vínculos que ligam uma coisa tão comum na sociedade, a morte, com o Estado, a Igreja e muitas outras vertentes, da imprensa à economia, dos hospitais à filosofia, das seguradoras às funerárias.

As Intermitências da Morte, por ser “um Saramago”, vai além das reflexões existenciais propostas. É, afinal, uma crítica à sociedade moderna.

Ao fazer da morte a personagem principal, Saramago une o bom humor ao desatino, a ironia à amargura, o sarcasmo a crítica. As Intermitências da Morte trata do início, do fim, da existência e muito mais. Vida, morte e propósitos. Ou seria a condição humana de sobrevivência?

“Permaneceu no quarto durante todo o dia, almoçou e jantou no hotel. Viu televisão até tarde. Depois meteu-se na cama e apagou a luz. Não dormiu. A morte nunca dorme.”

Silenciosa Algazarra, de Ana Maria Machado

Ana Maria Machado é uma das grandes figuras da literatura infantil brasileira. Autora de livros como Bisa Bia, Bisa Bel, Menina Bonita do Laço de Fita e O Mistério da Ilha, a jornalista e professora carioca, hoje com 75 anos, membro da Academia Brasileira de Letras desde 2003, é dona também de obras de ficção para adultos, traduções e volumes de crítica.

Em Silenciosa Algazarra, Ana Maria Machado reflete sobre livros e práticas de leitura.


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Silenciosa Algazarra reúne quinze textos de não ficção, todos sobre a importância do livro e da leitura na atualidade.

Os textos foram produzidos no decorrer dos últimos anos, à exceção de uma monografia inédita sobre a literatura dos irmãos Grimm, escrita em 1986 e atualizada especialmente para essa edição.

Totalmente voltado para a leitura adulta, as reflexões que a escritora agrupa em Silenciosa Algazarra ilustra a visão que tem sobre a literatura.

Além de envolvimentos para com a literatura infanto-juvenil, vertente extremamente experiente de Ana Maria Machado, o livro discute assuntos diversos como: a censura, o medo das narrativas, a prática de leitura em hospitais, os problemas de convivência entre críticos e escritores, a ilustração nos livros infantis e a importantíssima relação da leitura com a educação.

“O fato inegável é que não somos mesmo um país leitor, por mais vergonhoso que isso possa ser. Até porque fomos um país de escravos, essa, sim, a vergonha maior de todas.”

Ana Maria Machado é uma das autoras nacionais que mais lutam pelo incentivo a leitura. Com seus ensaios e palestras, reunidos nesse livro, a escritora põe a mostra a importância da prática leitora para o desenvolvimento pessoal do ser humano.

Com suas ideias e críticas, advindas de sua experiência e conhecimento, Ana Maria Machado escreve sobre ler, gostar de ler, importar-se em ler e formar-se lendo. Silenciosa Algazarra coloca o berro para fora para pregar, de uma vez por todas, a importância da literatura em nossa vida.

“De um modo geral, a atitude da educação brasileira em relação à leitura de literatura não tem sido capaz de permitir que os alunos vislumbrem as riquíssimas possibilidades dessa algazarra silenciosa e alegre, guardada nas estantes.”

Hamlet, de William Shakespeare

Considerado o maior escritor da língua inglesa e o mais influente dramaturgo do mundo, poeta e ator, William Shakespeare (1564 – 1616) é o responsável por obras como Romeu e Julieta, Rei Lear, Macbeth, Sonho de uma Noite de Verão, A Megera Domada e por aí vai.

Hamlet é uma de suas poderosas tragédias.


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Peça mais longa de Shakespeare, escrita entre 1599 e 1601, Hamlet marcou a literatura mundial com toda a sua estrutura e relevância.

Hamlet conta a história do Príncipe Hamlet, da Dinamarca, que tenta vingar a morte do pai, Hamlet, o rei, executado por Cláudio, seu irmão, que o envenenou e tomou seu trono casando-se com a rainha.

O famoso enredo de constituição dramática e essência característica sustenta um clima de mistério e tensão que toma conta de toda a continuidade da peça.

O texto de Shakespeare valoriza componentes que fazem da literatura o mérito da tradição. As ações são bem formadas e entrelaçadas com a retórica do poeta inglês, do enredo à linguagem.

Hamlet traz raiva, loucura e sofrimento ao abordar incesto, traição e moralidade. Em temas de corrupção, os sentimentos e embates psicológicos borbulham nessa obra clássica.

Com a desgraça originada da vingança em foco, são os conflitos internos das personagens que marcam a história de Hamlet.

“Ser ou não ser, eis a questão.”

Viva a Língua Brasileira!, de Sérgio Rodrigues

“Este livro é uma declaração de amor à língua portuguesa falada no Brasil.”

Sérgio Rodrigues é escritor, jornalista e crítico literário. Com a experiência de quem mantém na imprensa colunas sobre o mundo da linguagem, da etimologia à gramática, o autor faz de seu livro, lançado em 2016, um manual excelente sobre o sexto idioma mais falado do mundo – o seu, o meu, o nosso. Viva a Língua Brasileira!


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Qual a diferença entre câmara e câmera? Qual é o certo, Antártida ou Antártica? Qual devo usar: americano, norte-americano ou estadunidense?

Como se escreve? Cãibra ou câimbra? Expresso ou Espresso? Listrado ou listado?

É fruto ou é fruta? História ou estória? Louro ou loiro?

Como se fala? Gratuito. Recorde. Roraima. Subsídio.

Elefante fêmea é elefoa? E o “de menor”? Uso “sito” ou “situado”? Qual o diminutivo de xícara?

Por que falamos em “baixa autoestima”? “De encontro a” ou “ao encontro de”? É errado dizer “muito pouco”?

“Todo dia” ou “todo o dia”? “Todo mundo” ou “todo o mundo”?

Afinal, é “chego” ou “chegado”? É tão absurdo alguém usar a palavra “perca”?

Anexo, em anexo, no anexo. Não existe engenheiro elétrico! Risco de vida e risco de morte.

“Entre eu e eles” ou “entre mim e eles”? “Eram uma vez”? “Vende-se casas”?

Incluso e incluído. Obrigado e obrigada. Presidente e presidenta.

O que é, o que é? Avatar, bizarro, drone, escopo, fundamentalismo, incumbente, proativo, spam, trollar. Qual o verdadeiro significado?

Por que é morto e não matado? Obsessão e obcecado.

Acabar em pizza. Arranca-rabo. Arroz de festa. Chorar pitanga. Até aí morreu o Neves. Gato pingado. Pé na jaca. Por um triz. Sete chaves. Virar casaca. Fim da picada.

Viva a Língua Brasileira! reúne verbetes e tira as dúvidas mais frequentes dos falantes do nosso idioma. Nada sob um olhar severo da gramática, mas sim de um escritor apaixonado e especializado na língua portuguesa.

Sérgio Rodrigues não quer apenas apontar o certo e o errado, mas mostrar porque as coisas são assim. Entre o normativo e o moderno, o livro traz as polêmicas mais comuns da ortografia à pronúncia, cuida dos modismos, das dúvidas numéricas e das palavras emergentes. Dá a origem de expressões idiomáticas, mostra os erros que estão virando acertos e conta lendas etimológicas.

Viva a Língua Brasileira! tem boa proposta e bons argumentos. De certa forma, como um pequeno e modesto modo, reinventa a língua que tanto gosta de se reinventar. E o faz bem!