Um Estranho no Ninho, de Ken Kesey

Publicado em 1962, o livro Um Estranho no Ninho inspirou o filme de drama estado-unidense de mesmo nome. O longa de tamanho sucesso, que teve o ator Jack Nicholson no papel principal, foi lançado em 1975. E hoje, quando se fala em Um Estranho no Ninho, é o filme que vem na cabeça de todos. Mas, assim como tantos outros exemplos, é do livro que vem a história.

O romance é protagonizado por R. P. McMurphy. O personagem é um preso que se finge de louco para fugir da condenação penal. Então, ele é internado em um hospício. O que ele não imagina é que o hospício pode ser bem pior que a prisão.


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“A imaginação é capaz de atravessar qualquer prisão.”

Lá, no hospício, McMurphy vive cercado de pacientes nervosos, angustiados, altamente irrequietos, perturbados e ininterruptamente dopados.

Quem coordena o local é a enfermeira Ratched, chamada de Chefona. É sob a tutela dessa mulher que acontecem as mais rigorosas sessões de terapia e eletrochoque.

E é nesse universo que Um Estranho no Ninho acontece.

“Quando a neblina se dissipa, permitindo que eu enxergue novamente, estou sentado na enfermaria onde passamos o dia. Eles não me levaram para a sala de choque dessa vez. Lembro-me de que me tiraram da barbearia e me trancaram no isolamento. Não lembro se tomei café. Provavelmente não. (…)”

O autor do livro, o americano Ken Kesey, teve como inspiração para escrever a obra as suas próprias experiências em pesquisas com drogas psicoativas quando trabalhou em um centro psiquiátrico na Califórnia.

Um Estranho no Ninho trata a loucura de forma discretamente real. É uma reservada explosão, uma comedida existência, uma insana alienação e uma sóbria sanidade.

“Ele fica de pé, olhando para nós, balançando-se para trás nas botas, e ri e ri. Cruza os dedos sobre a barriga sem tirar os polegares dos bolsos. Vejo como suas mãos são grandes e grossas. Todo mundo na ala – pacientes, funcionários e todos os outros – está pasmo e abobalhado diante dele e da sua risada. Não há qualquer movimento para fazê-lo parar, nenhuma iniciativa para dizer alguma palavra. Ele então interrompe a risada, por algum tempo, e vem andando, entrando na enfermaria. Mesmo quando não está rindo, aquele ressoar do seu riso paira à sua volta, do mesmo modo como o som paira em torno de um grande sino que acabou de ser tocado – está em seus olhos, na maneira como sorri, na maneira como fala.

– Meu nome é McMurphy, companheiros, R. P. McMurphy, e sou um jogador idiota. (…)”

Ensaio Sobre a Lucidez, de José Saramago

Falar de Saramago já não é fácil… Agora, falar de Ensaio Sobre a Lucidez é mais difícil do que eu pensava. É um livro denso. Insensatamente denso. Difícil, cansativo, pesado. Mas é Saramago.

Acompanhe comigo: Imagine que estamos em ano eleitoral. É dia de eleição. O que se faz em um domingo de eleição? Todos os brasileiros saem de suas casas e vão votar. Certo? Pois imagine que isso não acontece.


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Grande parte – e quando eu digo grande, é grande mesmo, quase todos – não fazem isso. É dia de eleição e a população quase que inteira decide simplesmente não votar. Revolucionário, não?

O choque é tão grande que o que as autoridades eleitorais fazem… Remarcam a eleição para o dia que seria um possível “segundo turno”. Ótimo! Afinal, naquele dia estava chovendo, ninguém sairia de casa para uma votação desta. (contém ironia)

Pois bem. Novo dia de eleição. E agora sim, a população está saindo de casa para votar. Mas ainda é grande o número de abstenções. Mas não tem problema! “Vamos computar os votos que temos”, eles pensam. O que ninguém esperava é que quase setenta por cento dos votos seriam em branco.

É a partir desse exato ponto/conceito que Ensaio Sobre a Lucidez discorre.

“O segundo eleitor tardou dez minutos a aparecer, mas, a partir dele, se bem que a conta-gotas, sem entusiasmo, como folhas outonais desprendendo-se lentamente dos ramos, os boletins de voto foram caindo na urna.”

O país é um país qualquer. As autoridades eleitorais vivem crises durante toda a obra. A catástrofe atinge instituições e partidos políticos, todos divididos sem conto de fadas. Caiu-se a credibilidade. Privilégios são escancarados. Os eleitores estão cansados com a atual realidade. A essência? Uma manifestação silenciosa, uma indignação popular.

Ameaçados, os governantes, o que fazem? Entregam a cidade a si própria. Abandonam tudo. Isolam a população.

Não me venha falar em absurdos, ok? Pense e repense. Qualquer semelhança…

“A esperança é como o sal, não alimenta, mas dá sabor ao pão (…)”

Ensaio Sobre a Lucidez tem ligação com Ensaio Sobre a Cegueira (primeira resenha aqui do Ser de Livros). Os governantes que vivem a catástrofe dos votos em branco neste livro viveram a catástrofe da cegueira no outro. Personagens se enlaçam entre as obras paralelas. Se o ser humano havia perdido a visão, agora ele NÃO perdera a lucidez.

Em Ensaio Sobre a Lucidez, Saramago critica, severa e sarcasticamente, o poder político. Ele usa o símbolo da democracia, que é o voto, para alertar, quase como quem grita, sobre a importância e a necessidade do contínuo questionamento. Lucidez, afinal, é enxergar.

“Voltemos ao sal e à esperança, que quantidade dela será conveniente pôr para não tornar intragável aquilo de que se estava à espera (…)”

Juntos Para Sempre, de Walcyr Carrasco

Juntos Para Sempre, de Walcyr Carrasco 2Chocolate com Pimenta, O Cravo e a Rosa, Xica da Silva, Sete Pecados, Esperança, Alma Gêmea, Caras & Bocas, Morde & Assopra, O Profeta, Gabriela, Amor à Vida, Verdades Secretas, Êta Mundo Bom!. Sabe o que todas essas telenovelas têm em comum? Walcyr Carrasco. Um dos autores mais renomados da teledramaturgia brasileira, Walcyr Carrasco é dono de grandes folhetins.

Mas o que eu estou falando? Hoje não vamos falar de telenovelas. Vamos falar, claro, de literatura. No entanto, vamos falar, sim, de Walcyr Carrasco, escritor de Juntos Para Sempre, o livro da semana.


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Juntos Para Sempre é um romance. Segundo Walcyr Carrasco, ele sonhou com a história toda, do início ao fim, quando adormeceu em um voo com destino à África.

A história do livro é uma história de amor, mas não destinada somente aos leitores apaixonados por histórias de paixões melosas. A história do livro é também uma história que aborda vidas passadas, mas não destinada somente aos leitores instigados por histórias de espiritualidade ou de sobrenaturalidade.

A história de Juntos Para Sempre é uma história bonita, uma história leve, um romance que expõe, com cautela, os propósitos de nossas vidas e de nossas vivências.

“Ali, jogado na cama, tive certeza de que não era possível escrever o futuro. Determiná-lo. A vida sempre pode surpreender. Modificar rumos. Corrigir rotas. Mostrar, mesmo por linhas tortas, que nem sempre o que se persegue traz felicidade.”

Juntos Para Sempre traz a história de Alan, um advogado bem-sucedido de São Paulo que tem uma vida – aparentemente – perfeita. Uma coisa, porém, o atormenta. Todas as noites, Alan sonha com um amor de outra vida. No sonho, ele assiste à morte de uma jovem na fogueira e lhe promete: “Eu te amarei para sempre!”.

O sonho permanente permanece na cabeça do advogado vinte quatro horas por dia. Em meio ao mistério, Alan fica cada vez mais angustiado. E essa angústia lhe toma a vida por inteiro. O sonho começa a ter, em Alan, um alto poder de determinação.

“Pela primeira vez me perguntei onde guardara meus sentimentos mais profundos. Em que momento excluíra o amor de meu projeto de vida. Pensei no sonho, nas minhas palavras: “Eu te amarei para sempre”. Agora eu sabia! Aquelas palavras, ditas a uma condenada prestes a morrer na fogueira, haviam fechado meu coração. Eu me mantinha fiel à promessa.”

Tudo muda quando Alan viaja para uma cidade do interior de São Paulo e encontra uma moça muito parecida com aquela que aparece em seu sonho. Alguma coisa diz ao advogado que ela é a mesma jovem da fogueira. E as evidências de que na vida nada acontece por acaso começam a crescer.

O grande problema, no início, é que a moça, ao primeiro encontro com Alan, fica aterrorizada e foge.

E a determinação do advogado aumenta drasticamente. Ele precisa saber, a todo custo, quem é aquela mulher, qual a ligação entre eles.

“O sonho era um chamado. Eu precisava voltar ao passado para entender o presente.”

O personagem de Walcyr Carrasco se joga, então, em uma jornada de autoconhecimento. Com auxílio da terapia de regressão, Alan entenderá que o passado não pode ser mexido, mas o presente pode ser alterado para um futuro melhor, superando erros e refazendo laços de amor.

Além do enredo principal, muitas questões se entrelaçam na história de Juntos Para Sempre. Há pequenos mistérios como há grandes questionamentos. O livro se envolve desde uma caça às bruxas até um clima circense.

Juntos Para Sempre é uma obra para ser lida sem pré-conceitos, independente de religião ou posicionamentos. É uma história que aborda os porquês da vida e mostra que, acima de tudo, entre vida ou morte, passado ou presente, o amor vence barreiras.

“Olhar com os olhos da alma. Do coração. Do amor. Só assim saberemos que a caminhada ao longo da vida valeu a pena. Que deixamos nossa marca. Nosso rastro. Nossa luz. Que não deixamos sentimentos pendentes. Que realmente fomos felizes.”

As Mentiras que as Mulheres Contam, de Luis Fernando Verissimo

As Mentiras que as Mulheres Contam, de Luis Fernando Verissimo 2Um dos escritores contemporâneos mais populares do Brasil, Luis Fernando Verissimo coleciona obras e mais obras. Quando li, tempos atrás, um livro desse autor, não achei nada de mais. Agora, lendo outro livro desse autor, voltei à mesma sensação. Encasquetei com Verissimo.


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Começo esse texto dizendo que: posso estar completamente errado! Talvez seja a primeira obra que trago e que eu realmente não gostei. Talvez, até, nunca tenha tido grandes problemas com autores. Mas, sim, cismei com Luis Fernando Verissimo.

Por isso mesmo vou começar falando do próprio. Verissimo é filho do também escritor Érico Veríssimo. Nascido em 1936, o gaúcho é nacionalmente conhecido por sua vasta lista de títulos publicados no mercado. Iniciou a carreira dedicada à escrita tardiamente, quando já era adulto. Começou escrevendo em jornais. Dali, foi revisor, publicitário, tradutor, cartunista, roteirista de TV, autor de teatro e humorista.

Pois bem… É exatamente nessa questão que entro ao falar de As Mentiras que as Mulheres Contam (2015). Como já disse, é o segundo livro do autor que leio. O primeiro foi Comédias para se ler na Escola.

Se As Mentiras que as Mulheres Contam era para ser engraçado, me desculpem, mas não achei. Chega a ser complicado falar sobre isso, já que Luis Fernando Verissimo é tão admirado por seu cômico senso de humor.

Dizem que Verissimo é versátil, que escreve de um tudo. Disso não discordo. Dizem que Verissimo tem uma imaginação fértil. Disso também não discordo. E o problema talvez seja esse. A imaginação é tão fértil, tão fértil, que a obra chega a ser uma confusão de histórias incongruentes e desatinadas.

Mais uma vez, peço desculpa aos admiradores. E, mais uma vez, afirmo que posso estar altamente enganado. Mas a verdade é que, para mim, não desceu. Não ri das histórias e, por vezes, as achei um tanto forçadas. Bobas demais ou absurdas demais.

Outras duas questões que quero citar rapidamente são: 1) Coletânea de crônicas? Os textos dessa obra estão mais para minicontos, não? 2) E esse título? Se As Mentiras que as Mulheres Contam era para falar sobre as mentiras que as mulheres contam, mil perdões, têm alguns textos encaixados a mais nessa compilação.

Pode ser que Verissimo mereça uma terceira chance. Pode ser que se eu ler mais uma de suas dezenas de obras eu volte atrás e diga: meu problema não é com o autor. E pode ser que não. Isso, no entanto, não acontecerá tão cedo.

Encerro trazendo uma das crônicas-mais-para-minicontos-melhor-chamar-de-texto de As Mentiras que as Mulheres Contam. Para os amantes do bem humorado escritor, bom proveito. Para os desconhecidos, também. Além de riso solto ou coração de pedra – questão de gosto!! -, bem escritos não deixam de ser.

“O Grupo

Traumatizadas com a morte recente de Rapunzel, cujo cabelo ficou preso na roda do carro, quebrando o seu pescoço, e com o estado da Bela Adormecida que, recuperando-se de um desquite litigioso, está internada numa clínica fazend

o sonoterapia, as quatro amigas mal conseguem tomar seu chá. Estes seus encontros semanais, outrora tão cheios de risadas, reminiscências e confidências, estão se tornando aborrecidos. Cinderela suspira.

– Sabem o que é? Nós estamos ficando velhas…

Chapeuzinho Vermelho ajeita, distraidamente, o seu chapeuzinho azul. Ela abandonou o vermelho depois de ouvir cochichos, no grupo, de que não renovava seu guarda-roupa. Ela é a única que não está deprimida. Atribui seu bom humor permanente a um bom ambiente familiar, na infância. Ao contrário de Cinderela e Branca de Neve, vítimas de graves conflitos de gerações com suas madrastas, Chapeuzinho teve um bom relacionamento com sua mãe e admirava sua vovozinha, a que, depois do incidente com o lobo, declarou que tinha “nascido de novo”, fez uma plástica, casou com um dos caçadores e morreu na pista de uma discoteca, aos 98 anos.

– Você não pode se queixar da sua vida, Cin – observa Branca de Neve, cuja palidez denuncia noites de dissipação e o uso excessivo de barbitúricos. – Você casou com o príncipe, sua sapataria vai bem…

– Pois eu trocaria tudo isso por minha juventude. E lembrar que um dia fui chamada de Pantera Borralheira…

– E eu, gorda desse jeito e ainda chamada de Mariazinha…

Quem fala é a irmã de Joãozinho, protagonista de um famoso caso de desencaminhamento de menores na floresta. Ela come compulsivamente. Seu analista já lhe explicou que ela come para se auto-punir por um sentimento incestuoso por Joãozinho, que também é enorme de gordo, foi à falência tentando transformar a casa de chocolate da bruxa numa atração turística (caçadores de souvenir comeram a casa) e hoje vende enciclopédias.

– Não me diga que você também sente falta dos velhos tempos, Branca – diz Chapeuzinho.

– Deus me livre! Vocês não imaginam o que era cuidar da casa para sete anões. Todos os dias fazer as sete caminhas, lavar sete cuequinhas…

– É verdade que…

– Não! Nunca! Uma vez um deles se embriagou e invadiu meu quarto, mas eu o atirei pela janela. Foi depois dessa noite que eu comprei um pequinês para me defender. Nunca houve nada.

– Bom, já que começamos com as confidências, vou contar do meu casamento com o príncipe – diz Cinderela.

– Vai dizer que também nunca houve nada entre vocês?

– Nada. Só o que ele queria era acariciar o meu pé. Acabei tendo um caso com o cocheiro.

– O tal que era um rato e virava cocheiro com o toque da varinha mágica?

– Olha, com o caráter dele, era um rato que com o toque da varinha mágica se transformava num rato maior.

– E o seu príncipe encantado, Branca? O que acordou você com um beijo depois da morte, depois que você mordeu a maçã envenenada. Você também se arrependeu?

– Só posso dizer que, comparando os dois, gostei mais da maçã…

– Mas depois ele ficou rei…

– Ficou rei e deu aquele vexame, desfilando nu pela rua.

– Eu não sabia que o rei daquela história tinha sido ele!

– Se é rei e fez bobagem, pode apostar que é o meu. A única vantagem é que a nossa corte não precisa de bobo. Ele acumula as funções.

– Vocês é que são felizes – diz Cinderela, apontando para Chapeuzinho e Mariazinha, que está com a boca cheia de biscoitos. – Não tiveram “príncipes encantados” em suas vidas. Vejam a Bela Adormecida. Esta pelo menos teve a coragem de pedir desquite. Nós não podemos. Temos que preservar nossa imagem. O tal “e viveram felizes para sempre…” é um compromisso moral. Não temos saída. Quer dizer, ninguém pode nos culpar por termos amantes. Eu não posso ver passar um rato sem usar a minha varinha. E a Branca aqui pega qualquer um também.

– Não sendo anão…

– Nós fomos bobas, isso sim – continua Cinderela. – A Rapunzel continuou com suas tranças porque seu príncipe a proibiu de cortar os cabelos e olhem o que lhe aconteceu. Se já existisse o feminismo no nosso tempo, nossas histórias seriam outras.

– Certo! Eu botava os anões a trabalhar pra mim. E não me sentiria comprometida com o príncipe só porque o beijo dele me ressuscitou. Ele não me compraria por tão pouco!

– E eu, em vez de ficar em casa sendo maltratada pela minha madrasta e as duas irmãs, ia sair, arranjar emprego, estudar Comunicação, sei lá. Com trabalho, perseverança, decisão – e a varinha mágica, claro – faria uma bela carreira e depois compraria um príncipe ou dois.

– Meu analista diz que a culpa do meu trauma de infância foi a minha dependência excessiva do Joãozinho – diz Mariazinha.

– E eu me deixei enganar, inocentemente, por um lobo! – exclama Chapeuzinho. – Devia ter desconfiado que era ele e não a vovozinha em cima daquela cama porque ele estava fazendo tricô com um ponto que a vovó nunca usava!

– Enfim… – suspira Cinderela.

– O pior vocês não sabem – diz Branca de Neve. – O pior é que a história se repete. Outro dia, quando me dei conta, estava perguntando para o espelho do banheiro, lá em casa, se havia no mundo alguém mais bonita do que eu. Ele respondeu que sim. Fiquei furiosa e perguntei: “Quem?” E ele disse: “Você quer em ordem alfabética?”

Mas Cinderela não está ouvindo. Seu olhar está fixo num canto da sala. Lentamente, sem desviar o olhar, ela procura na bolsa pela sua varinha mágica.

– O que é, Cin?

– Ssshh. Acho que vi um rato. E dos grandes!”