O que é um livro clássico?

É muito comum escutarmos – ou até mesmo falarmos – que tal livro é um clássico da literatura. Mas o que é um livro clássico? Como uma obra se torna um clássico? Quais são os critérios para definir um clássico literário?

Respostas há de montes. E nada é muito definitivo. A questão “O que é um livro clássico?” pode ser encarada de forma meio subjetiva. Mas há características comuns a se valer.

Antes, porém, é bom saber: clássico não é um gênero literário; e como muito podem pensar, também não é sinônimo de “antigo”. Não é só porque o livro foi lançado há muitas décadas que ele é um clássico da literatura. Ser um clássico é mais!

Em primeiro lugar (o aspecto mais característico de um clássico, em minha opinião), é o fato dele atravessar gerações. Ou seja, um clássico é um livro que mesmo após ter passado a primeira geração que leu o livro pela primeira vez, quando ele foi publicado, ele continua relevante para e no cenário literário atual.

Por isso é dificílimo encontrarmos um clássico recém-publicado. Portanto, um livro clássico é aquele que atravessa gerações sem perder o seu devido valor; ele é resistente ao tempo.

É claro que há muitas variantes na definição do que é uma obra literária clássica, como a popularidade, a escrita excepcional, as traduções em diversas línguas. Mas o despertar de interesse é altamente válido. O impacto na sociedade mundial, a capacidade de tocar diferentes pessoas, de diferentes lugares, de diferentes culturas, também é um critério.

Outra característica de um livro clássico é a influência. Um clássico é referência para leitores e escritores. É uma obra de inspiração.

Por essas e por muitas outras: os clássicos merecem todo o nosso respeito e toda a nossa atenção. Que vivam os clássicos e que venham muito mais!

Alucinadamente Feliz, de Jenny Lawson

Primeiro, a capa. Depois, o título. Em terceiro lugar, o subtítulo. E depois, a proposta. Alucinadamente Feliz é contagiante, desperta a curiosidade e convida: venha conhecer o mundo dessa autora que resolveu se abrir e ser alucinadamente feliz.


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Jenny Lawson não é uma louca qualquer. A autora americana, jornalista e blogueira, é a criadora do The Bloggess, blog que a tornou conhecida pela maneira despretensiosa de falar sobre os seus problemas: a depressão e os distúrbios mentais.

Jenny tem inúmeros problemas, entre muitas síndromes. A depressão e a crise de ansiedade, porém, são as companhias mais difíceis para a autora, que já passou por poucas e boas. Muitas e boas, talvez. Ruins, não. Boas!

É exatamente neste ponto que Jenny Lawson é Jenny Lawson. A americana resolveu se importar apenas com a parte “boa” da coisa. Quer dizer, Jenny resolveu aceitar sua condição e levar a vida alucinadamente feliz. E com muito bom humor!

“Eu sou alucinadamente feliz. Não é uma cura para transtornos mentais… é uma arma, feita para o contra-ataque. É uma maneira de recuperar parte da alegria que lhe é roubada quando se é louca.”

Alucinadamente Feliz, porém, não o deixará alucinadamente feliz. Assim como fará você rir de situações, fará também você parar e refletir. Porque, sim: Alucinadamente Feliz é “um livro engraçado sobre coisas horríveis”.

Não é um livro de autoajuda e nem um simples tragicômico passatempo. Alucinadamente Feliz é uma reunião de textos escritos por uma mulher que resolver acreditar na vida e superou muuuuitos obstáculos. E que agora compartilha tudo isso com o mundo.

“Na semana passada, um estranho apareceu na casa dos meus pais com uma cabeça antiga de uma girafa de dois metros de altura na traseira da picape. Ele queria se desfazer dela. Isso soa um pouco menos estranho depois que explico que meu pai é um taxidermista profissional com a fama de receber animais mortos em troca de coisas estranhas. Ou talvez isso soe mais estranho ainda. Para ser honesta, não sou muito boa em avaliar qual impressão nossa vida deve causar em pessoas normais.”

Os relatos de Jenny passeiam entre consultas a psiquiatras, encontros e viagens, a construção da obra escrita e os relacionamentos familiares. Ou ainda situações diversas e até um pouco sem noção. Jenny afirma que é louca e, quer saber?, dane-se isso. Ela é louca e vive loucamente. Tudo em seu direito, mesmo que nada esteja no lugar certo.

“Talvez as balanças que medem as emoções das pessoas não funcionem para mim. Talvez as minhas balanças sejam maiores. Ou menores. Talvez, em vez de uma balança, eu tenha me afastado para um daqueles lugares desertos onde se espera. E talvez um dia eu seja encontrada e alguém possa me explicar por que sou como sou. Ou talvez não.”

A proposta do livro é ótima. O desenvolvimento dela, talvez nem tanto. Mas, mesmo assim, a mensagem vale o conhecimento.

De modo frenético, confuso, contínuo, desconexo e coerente (em resumo: alucinadamente feliz), o livro de Jenny Lawson é um depoimento com cara de guaxinim. (Sim! O guaxinim da capa existe, é real e é dela.) São muitas as histórias que Jenny tem para contar.

Alucinadamente Feliz é uma forma de dizer: ser louco não é ruim! A vida sempre vale a pena e a felicidade, meus amigos, está aí para ser alucinadamente desfrutada.

O que estamos esperando?

“Quando penso na minha vida, vejo pontos altos de felicidade, mas também os pontos baixos, em que precisei me convencer de que o suicídio não era a solução. E, entre uma coisa e outra, vejo minha vida. Vejo que a tristeza e a tragédia tornaram a euforia e o delicioso êxtase muito mais doces. Vejo que esticar minha alma para sentir cada centímetro da terrível depressão me deu muito mais espaço para cresce e saborear a beleza da vida que outras pessoas talvez nunca apreciem. Vejo que há poeira no ar, que acabará caindo no chão e sendo varrida para fora da casa como algo indesejado, mas antes disso, por um momento brilhante, vejo as partículas de poeira iluminadas pelo sol, brilhando e dançando como poeira das estrelas. Vejo o princípio e o fim de todas as coisas. Vejo minha vida. Ela é belamente feia e manchada bem do jeito que deveria ser. Ela brilha com detritos. Há encantamento e alegria nas coisas mais simples. Minha mãe estava certa. Tudo depende do seu ponto de vista.”

Rita Lee uma autobiografia

Cantora, compositora, instrumentista, atriz, escritora e ativista. Criada em São Paulo, nascida no dia 31 de dezembro de 1947. Rita Lee Jones vai fazer 70 anos!

Ame ou odeie. A loucura em forma de gente, a doideira das drogas e do rock’n’roll. Quem é ela? Quem é ela? Essa tal do rock’n’roll.

A Rainha do Rock Brasileiro, a psicodélica cantora dos bafafás. A maior ou uma delas. Da linda loirinha mutante até a coroa do cabelo vermelho. A ovelha negra, a erva venenosa, a mina de Sampa. Rita Lee sempre foi rock!


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Lançada em 2016, a autobiografia de Rita Lee talvez não esteja à altura do sucesso que a cantora fez nos palcos da música. Ninguém mandou subir tanto, dona Rita.

O livro não é nada de rock’n’roll, mas é alguma coisa. Rita Lee uma autobiografia é uma coletânea de lembranças resgatadas da memória de uma senhora cantora.

“Crescer sendo brasileira entre americanos protestantes/maçons e italianos ultracatólicos me deu uma panorâmica existencial de valores e bizarrices. Não é à toa que sou bipolar com um pé do trifásico.”

Família, amigos, escola. As primeiras páginas trazem histórias da infância e da adolescência de uma garota que tinha tudo para ser a capeta do bairro. Mas a rebelde parece que nem foi tudo isso.

Nem a parte em que conta que foi molestada quando era criança, com uma chave de fenda, faz relação com a resistência que estava por vir.

A música não demora a chegar à vida de Rita Lee e as histórias já conhecidas pelo público dão as caras entre os mini-capítulos da obra autobiográfica. E aí sim tem início as contínuas fases de sexo, drogas e rock’n’roll. Tudo numa linguagem Rita Lee de ser e escrever.

“Estava eu no Rio quando soube que Ney ia fazer um show no MIS e fui assistir. Uma tempestade desabou, acabou a luz e o show foi cancelado, nessas fui dar um rolê no barzinho local à luz de velas e vejo um moreno lindo sentado tomando cerveja. Apesar de odiar cerveja, valia a pena pediu umazinha para fingir que tínhamos algo em comum. A única informação obtida com o barman foi que o nome do bonitão era Roberto. Humm.”

D’Os Mutantes até o solo (a carreira e o chão), o encontro com o grande amor de sua vida. Despedidas e a formação de sua família. É muito mais uma biografia de histórias do que uma história biográfica.

Talvez o punk que tenha faltado no pop rock do livro de Rita tenha sido a falta de detalhes. Talvez, não. Não esperar tanto pode ser uma solução.

O livro é, nada mais ou nada menos, ou talvez nem seja nada ou tudo isso, do que lembranças jogadas ao léu das páginas amareladas. Ressalvemos, porém: são histórias de uma vida. Coisas da vida num registro alaranjado.

“Nessa sequência de mortes, a vida pro meu lado andava maus, eu meio que encampei umas de pequena órfã da humanidade, vontade de mandar tudo praquele lugar e voltar à personagem irresponsável dos meus vinte anos, só que agora, com três filhos, a situação era outra, então vamos engolir a deprê e fingir que a vida continuava bela.”

Numa mania de Rita Lee, suspendendo os jardins da Babilônia, num banho de espuma, num flagra cor de rosa choque. Bailando com saúde, lançando perfume, perdoando o auê (que auê!). Só com muita reza pra conhecer Rita Lee Jones.

As aventuras de uma cantora de um sucesso estupendo. Rita Lee merece mais! Em cima do palco da vida, sempre em cima do palco, Rita. Mostre o dedo, levante a blusa, grite e faça o que quiser. Entre todas as mulheres do mundo, foi tu quem cantou o hino dos malucos.

“Eu sou do tempo do tempo do exato momento que o mundo explodiu.” Rita Lee sempre foi feliz e sabe disso.

“Sei que ainda há quem me veja malucona, doidona, porra-louca, maconheira, droguística, alcoólatra e lisérgica, entre outras virtudes. Confesso que vivi essas e outras tantas, mas não faço a ex-vedete-neo-religiosa, apenas encontrei um barato ainda maior: a mutante virou meditante. Se um belo dia você me encontrar pelo caminho, não me venha cobrar que eu seja o que você imagina que eu deveria continuar sendo. Se o passado me crucifica, o futuro já me dará beijinhos.”

A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende

Peruana de ascendência chilena, Isabel Allende vive hoje nos Estados Unidos. É filha de Tomás Allende, primo-irmão de Salvador Allende. Sim, Isabel é sobrinha do primeiro presidente de república do Chile, o chefe de estado marxista fundador do Partido Socialista, que governou o país de 1970 a 1973 e foi deposto por um golpe de estado liderado por Augusto Pinochet.

Com esse cenário político, após o trágico final para a família Allende, Isabel lançou o seu primeiro romance, A Casa dos Espíritos, em 1982, e tornou-se uma das principais autoras chilenas da literatura latino-americana.


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A Casa dos Espíritos acompanha a trajetória da família Trueba, liderada por um único patriarca, Esteban Trueba, homem prático, machista, autoritário e portador de um gênio fortíssimo.

O enredo acontece em um período de 70 anos, indo, aproximadamente, de 1905 até 1975, depois do golpe militar.

Ao longo desses anos, o leitor escolta o crescimento econômico do fazendeiro Trueba, de enorme contraste com as mulheres da família. Inclusive, são as mulheres da família Trueba as grandes protagonistas de A Casa dos Espíritos!

São três: Clara, Blanca e Alba. A mulher, a filha e a neta, respectivamente.

Três personagens bem elaboradas, com nomes que significam a mesma coisa. E nada de obsessão pela pele branca. O que acontece é: as três mulheres da família Trueba têm certa inclinação para a clarividência, elas enxergam o mundo mais além.

“Vegetava como uma flor de outro clima dentro daquela casa encravada nos areais, que parecia existir em outra dimensão, rodeada de nativos insólitos, surpreendendo com frequência pequenos detalhes que a induziam a duvidar de seu próprio juízo. A realidade parecia-lhe indefinida, como se aquele sol implacável que desbotava as cores também tivesse deformado as coisas que a rodeavam e convertido seres humanos em sombras silenciosas.”

A Casa dos Espíritos conduz histórias entre gerações de uma mesma família. E tudo começa com a infância de Clara, a menina que conversa com espíritos, prevê o futuro e move objetos.

“Algumas vezes, à hora da refeição, quando estavam todos reunidos na grande sala de jantar da casa, sentados em absoluta ordem de autoridade e poder, o saleiro começava a vibrar e logo se deslocava sobre a mesa, contornando copos e pratos, sem mediação de qualquer fonte de energia conhecida nem truque de ilusionismo. Nívea dava um puxão nas tranças de Clara e com esse sistema conseguia que a filha abandonasse o passatempo lunático e devolvesse à normalidade o saleiro, que imediatamente recuperava sua imobilidade.”

Blanca, a segunda grande mulher da família Trueba, vê no amor o grande desafio a enfrentar. Alba, por sua vez, volta-se à política, à luta, com coragem e determinação.

Por mais que o Chile não seja mencionado no livro, fica claro que é lá que tudo acontece, porque, mesclados com os conflitos familiares dos Truebas, e também os conflitos políticos do país, a história acompanha o crescimento de uma cidade característica.

“Ela anunciava os tremores de terra com alguma antecipação, o que se demonstrava muito conveniente naquele país de catástrofes, pois permitia pôr a louça a salvo e deixar ao alcance da mão os chinelos para escapar durante a noite.”

Os capítulos do livro são narrados de forma intercalada entre os personagens da história.

Considerado um clássico latino-americano, A Casa dos Espíritos, que virou filme em 1993, estrelado por Meryl Streep e Winona Ryder, é uma obra de realismo fantástico, voltada ao público adulto, que mistura romance, drama, fantasia e fatos históricos.

Por mais que a autora tenha vivido na pele o momento histórico do Chile, com grande envolvimento pessoal, por ser da família Allende, não há nenhum sinal de rancor na história de A Casa dos Espíritos.

No livro, o realce é a vida familiar dos Trueba, com suas particularidades e maluquices. A mensagem é: não remoa o que lhe fizeram, estamos todos habitando o mesmo domicílio.

A Casa dos Espíritos reside no lado mágico da vida.

“Minha avó escreveu durante 50 anos em seus cadernos de anotar a vida. Escamoteados por alguns espíritos cúmplices, salvaram-se por milagre da pira infame em que pereceram tantos outros papéis da família. Tenho-os aqui, aos meus pés, amarrados com fitas coloridas, separados por acontecimentos, e não por ordem cronológica, tal como ela os deixou antes de partir. Clara escreveu-os, a fim de que agora servissem para resgatar as coisas do passado e sobreviver ao meu próprio espanto.”

O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë

O Morro dos Ventos Uivantes é um clássico da literatura inglesa publicado no ano de 1847. Único romance da escritora britânica Emily Brontë (1818 – 1848), recebeu muitas críticas no século XIX e já foi, várias vezes, adaptado para o cinema.


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A história do livro acontece entre duas propriedades da família Earnshaw, a Granja da Cruz dos Tordos e o Morro dos Ventos Uivantes.

Tudo nos é contado, porém, pelas lembranças de Ellen Dean, conhecida como Nelly, que é a governanta da Granja. Testemunha ocular, Nelly sabe toda a história da família, conhece todos os acontecimentos. No entanto, não é para o leitor que a criada conta a história, e sim para o sr. Lockwood, que, no presente momento do início da narrativa, é o inquilino da Granja. Ou seja, é pelas conversas de Lockwood e Nelly que o enredo se desenrola como relato.

“Foi tudo muito tranquilo, entretanto; o desespero de Catherine era tão silencioso quanto a alegria do pai. Ela o amparou, calma, ao menos em aparência; e ele fixou no rosto dela os olhos, que pareciam ficar ainda maiores com o êxtase.”

O início da história se dá anos antes, quando o patriarca da família Earnshaw traz para casa, depois de uma viagem, um garoto órfão, que todos pensam ser um cigano. É Heathcliff.

O pai é tomado por um grande afeto pelo menino, causando ciúmes no filho legítimo Hindley. A outra filha, Catherine, assim como o pai, também se afeiçoa pelo garoto.

Após alguns acontecimentos, Hindley, o filho legítimo, passa a humilhar Heathcliff, que muda de comportamento, tornando-se rude e melancólico.

Pelo conflito social, dentro do contexto, Heathcliff e Catherine, que neste momento nutre uma paixão pelo irmão de criação, são separados. Nesse meio tempo, ainda, ela se casa com Edgar Linton, filho da até então atual família inquilina da Granja.

Rejeitado, Heathcliff vai embora. Porém, anos mais tarde, retorna rico e com desejo de vingança. A partir deste ponto, mais e mais acontecimentos se desenvolvem no enredo.

Filhos, herança, casamentos, separações. A família cresce, a família muda, a família permanece e a família dá história para contar.

“- Eu gostaria de poder abraçar você – continuou ela, com voz amarga –, até nós dois estarmos mortos!”

Os personagens de O Morro dos Ventos Uivantes são bem montados, mas nada muito complexo. Eles são desenvolvidos sem os extremos. Quer dizer, ninguém é completamente bom ou completamente ruim.

O que dá sustento a obra, no entanto, é a relação entre eles. O convívio, os relacionamentos e desentendimentos, os sentimentos apurados por entre e dentre eles, os encontros e desencontros fluem em um enredo que leva ao leitor a curiosidade do fim, esteja ele gostando ou não da história.

“Meu amor por Linton é como a folhagem nos bosques. O tempo vai alterá-lo, sei muito bem disso, assim como o inverno altera as árvores. Meu amor por Heathcliff se parece com as rochas sempiternas sob a superfície: uma fonte de pouquíssimo prazer visível, mas necessário.”

O Morro dos Ventos Uivantes é uma história de amor, mas não é uma história romântica. Não no sentido romântico a que estamos acostumados. Não é algo totalmente sombrio nem mesmo pura melancolia, mas não é um “mimimi” adolescente do século XIX, muito menos dos tempos atuais.

Há, sim, aspectos românticos, melancólicos e dramáticos, mas nada é muito exagerado. Emily Brontë não buscou extremos e isso fez de sua obra o clássico britânico que é.

Nem água com açúcar, nem destruidor de corações. O Morro dos Ventos Uivantes segue o conselho do meio-termo e, por isso, merece atenção.

“Naquele desolado morro, a terra estava endurecida sob uma geada negra, e o ar fazia com que todo o meu corpo tremesse. Não conseguindo remover a corrente, saltei a cancela e, indo rapidamente pelo caminho de pedras ladeado por irregulares arbustos de groselha, eu bati em vão à porta para poder entrar, até que os nós dos meus dedos começaram a doer e os cachorros uivaram.”